quinta-feira, 6 de março de 2008

Quem pode viver sem eles?
















Aos amigos Deus reservou a capacidade de dar mais cor e alegria à vida. Quem não tem amigos não sabe o que é ir à praia sem feriado e sol, inventar jantarzinho só para ter novamente a companhia tão agradável, sentir saudades depois de ter ficado horas e horas juntinhos.

Quem não tem amigos não chora com a tristeza do outro e nem ri com as alegrias e vitórias. Só quem tem amigos come brigadeiro no mesmo prato, fala e faz besteira sem medo do ridículo, confessa fraquezas e grita por socorro.

Quem não tem amigos não dança em frente a uma webcam, nem faz entrevistas exclusivas com personalidades ilustres. Não tem amigos quem perdeu a leveza de uma criança e o brilho da juventude. Porque um amigo de verdade é capaz de te fazer a pessoa mais importante do mundo com um abraço.

Não tem amigos quem não celebra as conquistas e não sente frio na barriga quando o outro passa por seleções nessa sociedade competitiva. Não tem amigo quem não sabe o valor de mãos dadas, abraço apertado, brincadeira na praia, cachorro-quente de madrugada, riso frouxo com ou sem motivo, declaração de amor publicamente, puxão de orelha com jeitinho.

Não tem amigo quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Quem não tem amigo não prova do cuidado de uma intercessão, oração com lágrimas, torpedos nas horas mais delicadas, palavras firmes e cheias de paz. Só um amigo ouve várias vezes a mesma questão e te responde de maneiras surpreendentes. Amigo de verdade acompanha início e fim de namoro com a mesma motivação que é te ver feliz! Só os amigos visitam parentes no hospital como se fossem os seus. Quem não tem amigos não sabe o que é sentir urgência por outros finais de semana para guardar na memória!

Quem pode viver sem eles? Acredito que seria mais difícil a vida.

Impossível mesmo é viver sem Ele: Jesus, Amigo dos amigos!
Só enquanto eu respirar vou me lembrar de vocês...
Que o nosso maravilhoso Deus continue abençoando vocês!
Abraços,
Aracelly

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Sucesso dos anônimos...

Esse negócio de blog é muito engraçado... Você fica ponderando o que escrever, porque é uma mistura do que você sente e do que você pensa que as pessoas gostariam de ler. Além disso, vem umas questões, umas dúvidas loucas, principalmente nos dias que você está de TPM... A primeira delas é: por que as pessoas decidiram expor seu diário, sua escrita íntima, na internet? Por que os indivíduos, após terem lutado tanto pelo seu espaço privado, decidem dividi-lo com um público de estranhos?
Quando você entra nessa percebe também que existem alguns pequenos pecados na blogosfera. A preguiça de contar as partes difíceis e tediosas do que aconteceu no dia. Orgulho de não reconhecer as suas principais fraquezas. A impureza causada pelas suas falhas de memória. E, principalmente, a mentira que, muitas vezes, se dá pela omissão dos fatos ou por uma leve mistura da ficção com a realidade!!!
No entanto, acabo concordando com uma definição que li outro dia: "Ter um diário é uma maneira de colecionar os dias..." E é necessário contar com a lembrança do Outro para propagar a memória de si mesmo.

O "jardim secreto" é então visitado por um grupo que, por algum motivo, se interessam pela vida de quem o escreve. O público se vê curioso por vasculhar a vida do outro, sem que esse outro seja alguém famoso. Como diria Denise Schittine: "É o sucesso dos anônimos"! Mas, esse público, interessado em consumir a vida alheia, de certa forma, descobre também o quanto ela se aproxima da sua própria intimidade.
Os mais otimistas acreditam que esta é uma nova maneira de se desnudar e de decifrar o próprio interior sem que ter que pagar uma terapia...

Um dia de paz para todos os blogueiros e visitantes!
Aracelly

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Fala, Clarice....


Sem saber o que dizer, utilizo CLarice Lispector ...


..."estou escrevendo pra você mas também não tenho nada o que dizer. Acho que é assim que pouco a pouco os velhos honestos terminam por não dizer nada. Mas o engraçado é que não tendo absolutamente nada o que dizer, dá uma vontade enorme de dizer. O quê? Quando não tenho o que dizer, fico com vontade de "passar a limpo" tudo ou então de apagar tudo e recomeçar a não ter o que dizer. Ou então viro criança e minha vontade seria depender inteiramente de outra pessoa e esperar dela todos os ensinamentos. Ou então viro mãe e me preparo toda para dizer grave: as coisas são assim e assim, meu filho. Preparo-me bem grave, tenho o gesto maternal de começar a informar - e na hora de abrir a boca não tenho o que dizer, viro de novo ignorante e em vez de dizer o discurso, imploro: por favor, diga! E assim é que, por não ter absolutamente nada o que dizer, até livro já escrevi, e você também. Até que a dignidade do silêncio venha, o que é frase muito bonitinha e me emociona civicamente."(Clarice Lispector)


"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo." (Clarice Lispector)


"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."(Clarice Lispector)


"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: Quer-se absorve a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida." (Clarice Lispector)



Desejo um dia de paz!
Abraços,
Aracelly

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Vou de bike ... tava morrendo de saudade!


Hoje andei de bicicleta. Que sensação maravilhosa!

Um dia antes, fiz um check-up. Tirei ela da garagem, levei para encher os pneus, trocar freio, colocar óleo na corrente e depois dei um bom e demorado banho em frente de casa. Mesmo com os seus quase onze anos de idade, ela ficou com cara de novinha. Modelo ultrapassado, rosinha e com cestinha (lógico que eu tirei), mas bem charmosa!

Pensei que o tempo chuvoso não ia permitir a minha humilde aventura. No entanto, no final da tarde, a chuva deu uma trégua, o tempo abriu e lá fui eu! Algumas pessoas me olhavam diferente. Penso que achavam estranho o fato de eu estar sozinha. Mas, preferi assim. Queria viajar em meus pensamentos e não me encher de gases, conversando com outra pessoa! rs

Foi bom demais... Claro que algumas vezes senti falta de um retrovisor, das setas e de engatar a primeira nas ladeirinhas! rs

Relembrei momentos maravilhosos da minha infância e adolescência. Lembrei até de quando aprendi a pedalar com meu pai segurando atrás e soltando devagar, até eu me equilibrar. Percebi que ele tinha razão em relação ao medo. Eu frequentemente gritava "Pai, vem um ônibus aí atrás. O que faço?!!!". Eu gelava com aquele carro enorme vindo em minha direção e eu em cima de uma magrela... Meu pai sempre respondia "Não tenha medo. O motorista está vendo você. Continue pedalando". Simples assim...

E não é que ele tinha razão?! Hoje não tive medo. Afinal, o motorista estava me vendo! Até arrisquei algumas manobras e, desculpem, algumas contras também! rs

Pedalar por alguns minutos, além de fortalecer meus pulmões e meu coração, contribuir para regularizar os níveis da pressão arterial, colesterol e açúcar, queimar calorias e trabalhar os músculos, trouxe mais cor e movimento à minha vida! Foi maravilhoso e espero em Deus poder andar de bicicleta muitas vezes!

Pode ser que amanhã eu acorde toda dolorida, mas essa é uma outra postagem! rs

Abraços!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Olhando o céu... às cinco da tarde!


Quando o mar da vida estiver agitado, quanto tudo parecer contrário, não se isole!

Hoje saí para caminhar na Beira Rio no horário que mais amo do dia, às 17 horas. Estava sufocada em casa, inquieta, com vontade de voar para bem longe. Tomei um banho daqueles que parece lavar a alma e saí em direção à avenida, ouvindo uma música legal no mp3. No caminho tudo ainda estava pesado... Mas, quando parei para alongar o corpo, tudo mudou. Deitei em um banco largo para descansar a coluna e, ao abrir os olhos, me encantei com o céu lindo que parecia se aproximar de mim. Fiquei ali quietinha, sorrindo, sem conseguir parar de contemplar. Por um instante desejei ter uma memória fotográfica para não esquecer aquele céu azul. Parece pouco, mas me senti a pessoa mais feliz do mundo só por poder adimirar, deitada num banco de uma praça, um céu tão lindo, enquanto milhares de pessoas cultivam sentimentos ruins.

Continuei a caminhada sentindo o vento firme e suave bagunçando a minha franjinha e acalmando a minha alma. Ele parecia me envolver e acho que eu também o envolvia, como alguém que faz charme, arrumando o cabelo, mas torcendo para que não acabasse.

Durante o percurso, vi um menino soltando pipa, crianças brincando na praça, casais apaixonados, idosos caminhando com esperança no olhar. Celebrei a vida e os meus 20 e poucos anos.

Por isso, meu conselho é: exercite o corpo, coma alimentos saudáveis, ouça uma boa música, sorria para as pessoas, deixe o vento passear e olhe o céu azul... de preferência às cinco da tarde! Esse é um dos meus jeitos de ser leve, livre ... jovem!
E vc? O que tem feito?

Blog... pra quê?!

Lendo um dissertação de mestrado, encontrei alguns motivos interessantes que motivam a maioria das pessoas a criar um blog. Um teórico chamado Schiwy elaborou uma relação que aponta algumas das propostas comuns a todos que mantêm um diário virtual ou não. Para o autor, o diário serve para:

• alargar a autoconsciência;
• explorar a identidade pessoal;
• ter um confidente;
• colocar sentimentos e emoções;
• criar senso de continuidade em nossas vidas;
• preservar a memória de pessoas, eventos, de nós mesmos;
• lutar contra a descontinuidade, mudança, perda e angústia;
• explorar impulsos criativos;
• capturar idéias para estórias, poemas e outros projetos;
• recordar e explorar sonhos; celebrar graças e sucessos;
• engajar-se em um diálogo com o mundo em torno de nós;
• descobrir o que é sagrado em nossas vidas;
• aprofundar nossas jornadas espirituais;
• relembrar membros familiares e amigos queridos;
• entender a estória de nossas vidas;
• arrumar pensamentos e clarear idéias;
• fazer um balanço de nossas vidas, de tempos em tempos;
• clarear nossas propostas de vida;
• esquadrinhar o desejo do inconsciente;
• e outras.

Acho que vale a pena pagar pra ver!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Produzir pérolas dói….

Tudo na vida é uma questão de escolhas. Se expor é correr o risco de se machucar, não se mostrar é correr o risco de não ser livre, leve. O fato é que a gente precisa escolher: ou corre atrás ou espera. Esperar é mais cômodo. Se lançar traz alguns arranhões. Mas, quem pode caminhar sem ficar com as marcas da vida?
Falo com muita propriedade sobre o não se lançar. E é bem verdade que dói muito menos. Aliás, quase não dói. É um viver indiferente, aparentemente calmo, disfarçadamente prudente, com um equilíbrio que chega a desequilibrar. Tudo isso só por faltar coragem para enfrentar a vida. Se lançar talvez seja para os corajosos. Para aqueles que não estão muito interessados na reação do outro, que não vivem para agradar. É quase um remar contra a maré…
Escolher o “se”, em vez do “sim” ou “não”, é perigoso. Simplesmente porque te impede de cair e aprender a levantar, de se tornar mais forte, mais firme. Não me lembro de ter me lançado em algum projeto (a não ser o vestibular). Quando adolescente não montei uma banda, uma “empresa”, não respirei por um esporte, não morri de amor… Nunca arrisquei. Nunca! Tudo tinha que estar milimetricamente no lugar, pensado e repensado. Achava que era prudência… pode até ser em partes. Mas, descobri que existia medo, medo de errar, de se expor, de cair e machucar.
Agora tenho experimentado me lançar… e realmente dói. Tenho provado de alguns efeitos colatareis. Às vezes você se sente ridícula, pequena, palhaça, como se andasse em círculo… Porque muito do que tem sido feito não tem dado certo, não tem produzido os frutos esperados, te levando a pensar que tem sido em vão. E por um instante, quase que eterno, você pensa em voltar à origem, como uma ostra bem fechadinha, guardada, quieta. O poder da escolha está justamente nesse período.
Continuar como ostra ou se mostrar? A questão toda é que prosseguir fechada, não dá para produzir pérolas. E isso não acontece sem feridas. As pérolas são produtos da dor…
Cansada do lugar cômodo, eu abri mão do conforto para produzir pérolas. E isso quer dizer muito. Diz que vou chorar, sofrer, sorrir, cair, levantar … produzindo pérolas. Quer dizer ainda que as substâncias estranhas e indesejáveis que entrarem na ostra serão transformadas em produto nobre. Portanto, tenho escolhido não ter medo da queda, da rejeição, da indiferença, das palavras rudes, do silêncio… pelo simples fato de entender que a pérola é uma ferida cicatrizada.

Mudanças…

Não é porque mais um ano começou… Eu realmente decidi mudar! De dentro pra fora, com toda simplicidade, com muita tranquilidade…. bem leve! E para começar, criei um blog pra mim! Nada mais apropriado para quem quer deixar de ter receio de se expor. Bem, aqui estarei eu, falando besteira, coisas profundas, refletindo… completamente sujeita a críticas e, quem sabe, elogios.
Que bom que podemos mudar… E quando eu sentir medo, desânimo, tiver pensamentos pequenos, lembrarei de um Deus que me garante que posso tudo nEle que me fortalece!
De agora em diante, meu lugar é no palco! Chega de platéia!
Aracelly